Dexter (2.12) – The British Invasion [FOX PT]

Dexter -2.122Passei pelas chamas e ressurgi das cinzas. De novo. Não sou daqueles que acredita na existência de um ser superior, mas se tivesse uma mentalidade mais aberta teria de acreditar que existe alguém que quer que continue a fazer o que tenho feito.

Se o episódio não tivesse o título de “The British Invasion” eu intitulava-o de “Born Free Again”. É isto que o episódio me transmite. Um novo nascimento. Se virmos, todos os episódios finais de Dexter têm esta característica, o assimilar da nova faceta do assassino. Na primeira temporada fora as origens, nesta existe uma mistura entre as origens e as consequências. Nunca, desde o princípio, Dexter Morgan esteve tão próximo de ser apanhado e nunca, desde o princípio, que o BHB teve tão liberto, tão solto. Um salto sem rede, algo sem segurança, sem tempo para ter medo. É esta a liberdade que faltava a Dexter. É um novo nascimento, a subida a mestre, e não discípulo. Livre como um pássaro, livre como uma Fénix.

Mas para que isto acontece-se, foi necessário passar por uma fase de transição, algo que o deixou preso, algo que o deixou pendurado antes do salto. Um milagre. Um milagre chamado Lila. Desde o inicio só um tipo de pessoas é que souberam a verdadeira identidade do analista forense: as suas vítimas, depositadas no seu cemitério, e agora a vaguear pela corrente do pacífico. A meio da temporada a sua nova vítima descobre a verdadeira cara de Dexter. Doakes caiu no erro de espreitar por trás da máscara. Agora é Lila que sabe. E as pontas soltas começam a ser demasiadas. Se não se atam, cortam-se. E deixa de haver pontas. É isso que Dexter pensa. Mais vale quebrar que torcer. E toma a decisão de matar Doakes. Mas o milagre vai a frente. Lila decide por ele. E Dexter salva-se outra vez no último momento.

E a rotina começa. A libertação. Aquelas imagens, aquela música descreve o nascimento de um Dexter novo, algo que voltou ao que era, mas mais forte. E o resto do episódio foi a adaptação da realidade ao novo Dexter. A adaptação de Lila não poderia ser pior. Após o salvar, vê que o seu destino não é nada famoso. Não aceitou a proposta de Deb, agora sente-se traída por Dexter. Alguém como Lila, que não tem sentimentos, demonstra muitos. E a explosão ocorre.

Quem mais seria o preço desta aventura de Dexter Morgan. Rita, a nova e antiga paixão de Dexter. Os filhos são o preço do atrevimento. E, se nas chamas a vida de Dexter começou, nas chamas podia acabar. Mas a chamas só foram um pretexto para o crescimento final de Dexter, a passagem que faltava, a peça do puzzle. E Dexter nasceu de novo.

Faltam as pontas soltas. Matar Lila torna-se obsessão, mas diferente do passado. Porque agora Dexter é livre, não está preso ao monstro. Ele é o monstro, é ele que se controla. Só assim, ao aceitar a sua identidade, é que foi possível não ficar a remoer-se com a fuga de Lila.

E assim chega ao final da temporada. A narrativa fecha-se. Dexter Morgan está diferente. Já não é o Dark Defender. É Dexter. É livre como nunca foi. Se Lila queria que ele aceita-se o vício, ele aceitou-o. Se Lila queria que ele o controla-se, ele controlou-o. E isto foi o problema da madrinha.

Para a próxima temporada, acho que a citação de cima explica o que podemos esperar. Ver o que este Dexter novo traz a sociedade. Os reviews da terceira já estão publicados no Portal, por isso não tem lógica eu escrever outros.

Nota: 9,8

0 Responses to Dexter (2.12) – The British Invasion [FOX PT]

  1. Grande season finale essa! Só não gostei da forma como o Dexter matou a Lila!

  2. JD diz:

    Exacto! A morte de Lila foi “um piscar de olhos”. E o enquadramento… desiludiu-me! No entanto, gostei imenso desta 2.ª temporada!

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