House – Quinta Temporada (2008)

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The irrational part of my brain thinks like the rational part of yours.

111 episódios. House já vive na televisão há 5 anos, já faz parte da vida de grande parte dos amantes de séries há 5 anos. 5 anos é um largo período de tempo. No mundo das série é raro uma série durar tanto tempo. E House demonstrou o porquê disso. Após 111 episódios, a série não é a novidade que era no inicio. Falta novos casos, novas narrativas. Já não nos contentamos com pouco, já é preciso fazer algo diferente em todos os episódios.

Foi o principal defeito desta temporada. Habituar-nos mal. A quarta, e brilhante, temporada trouxe um ritmo novo a série. Houve mudanças, houve novas histórias para poder contar. Houve um processo de escolha que deu para encher vários episódios sem nos cansarmos. Ainda não tínhamos visto aquilo. Um House que tinha pela frente escolher uma nova equipa. Não sei quantos episódios durou, mas foram os suficientes para os casos médicos não se tornarem enfadonhos. Mas esse processo de escolha teve uma factura cara. A falta de ligação que tivemos durante parte da temporada passada com os novos personagens reflectiu-se agora. Faltava a ligação que tínhamos com o primeiro trio. Com o primeiro trio tivemos paciência, agora a que havia era pouca. E assim começou a nova temporada de House.

Esta nova temporada trazia um novo desafio. Aproveitar o que tinha restado da última e criar algo de novo. Começaram por tentar aproveitar o novo trio. Mas este ainda não tinha substituído da memória Cameron, Chase e Foreman. Começou por ai os erros. Faltava a ligação com as novas personagens. Algo que desse mais consistência a esta nova narrativa. Assim, tentaram colocar um dos antigos com uma dos recentes. Assim nasceu Forteen. A relação entre Foreman e Thirteen pouco trouxe, ou mesmo nada, de bom a série. A tentativa de colocar as novas personagens mais presentes perdeu-se. Faltou criar a ligação com o espectador. No final da temporada ela já era mais notória, mas se calhar faltaram os 4 episódios finais da 4º para cimentar esta relação. Talvez o laço com o espectador já teria sido mais forte se não tivesse ocorrido a greve dos argumentistas.

Para tornar claro esta falta de simpatia pelas personagens, é só ver que a saída de Kutner não teve nenhuma importância para a série, e se a teve foi paupérrima. Não conhecíamos a personagem, não nos tínhamos a aproximado delas. A saída dele não foi significativa para a série, nem para House que, apesar de passar um pequeno período de turbulência, não sofreu consequências de maior.

Para além disso, a nova temporada começou com outro erro. House e Wilson são compinchas. Aquela tentativa de criar alguns problemas a House no inicio de temporada foi perdida. Sabíamos, de antemão, que os argumentistas não separariam a dupla nem por nada. Eles eram das poucas coisas sólidas que a série tinha. E precisava de coisas sólidas. Perderam-se alguns episódios com esta situação que, do meu ponto de vista, não beneficiou ninguém.

Para além disso houve já ressente os seus 111 episódios nas costas. Com tantos casos médicos como o número de episódios, talvez um pouco menos, à série faltam ideias. As narrativas com os pacientes começaram só a servir de tela, de plano de fundo, não tendo nenhuma, ou poucas, consequências na vida dos personagens principais. A ligação falta. As histórias tornaram-se simples, os pacientes são cada vez mais rasos. Houve episódios em que se consegui dar a volta a isso. Mas quase toda a temporada viveu deste vírus, o problema de criar casos complexos, casos que trouxessem interesse a série. Outro problema para viver.

Mas nem tudo foi mal. Mas House só conseguiu bons episódios com ajuda, principalmente de fantasmas. Alucinações foram o pano de fundo do final da temporada, dos últimos 3/4 episódios. Só com esta muleta é que House conseguiu andar bem. Mas também deu para ver que ainda existem ideias para a série. O final foi a prova provada disto, com aquela excelente montagem e consequente twist. A série ainda pode surpreender, como também surpreendeu em, por exemplo, Locked In. O que é é que para chegar a um final deste foi preciso andar por caminho espinhoso. Esperemos que a nova temporada traga um House diferente. Se fosse pelos posters, a série estava salva.

Mas a salvação tem de traçada por outro caminho. Tem de ser traçada por um fortalecimento da relação com Cuddy. A relação tem sido adiada durante 5 temporadas, foi no final (não que me tenha importado muito, com aquele final) de novo adiada. E agora com falta de soluções para causar suspense (o casamento de Cameron), seria interessante ver como ocorreria a relação. Vamos lá ver as escolhas. O que fica certo é que House continuará com as piadas e “Everybody lies”.

35e

0 Responses to House – Quinta Temporada (2008)

  1. Calado diz:

    Esta temporada tive um pouco de dificuldade em assistir à serie. A regularidade que houve em elevado na 4º temporada não houve nesta na minha opinião. Gostei também bastante dos últimos 3/4 episódios. A revelação final mesmo que não estando à espera e que tenha me surpreendido, deu me uma sensação de deja vu ao longo da série. Mas estou ansioso para ver como vai ser a nova temporada. Vai ser bastante interessante ver o House nesta sua nova etapa.
    Concordo com a pontuação. Boa critica.

    • Primeiro, obrigado pelo elogio. Depois já somos dois ansioso pela nova temporada. E quanto ao deja vu, concordo em aprte contigo. Parecia que aquilo estava predestinado, pensando bem e vendo tudo posteriormente. Todos os sinais estavam lá, o que foi é que foram mal interpretados. E é ai que considero que House ainda tem algo a dar para a televisão.

      PS: Compus o teu primeiro comentário e apaguei o comentário com a emenda…espero que não te importes.

  2. Kyara diz:

    Estou atrás para o meu album no orkut, do poster onde diz uma série genial um médico genioso, alguém sabe onde posso encontrar?? o único que achei na Web não é de boa qualidade. Gracias…

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