Após Genesis, Generations, Villains, Heroes teve o seu quarto volume, intitulado Fugitives. Um volume que, como todos os outros, prometeu muito. A máquina de Markting da NBC consegue transformar um sapo num príncipe quanto é para promover a série, mas a série continua um sapo, pois ninguém faz magia.
E, vendo a metamorfose de Heroes desde o inicio, ele começou a ser um príncipe. Mas algo afectou a série, e ela decresceu de qualidade, chegando a parecer-se um sapo nesta temporada. Mas, pensando bem, Heroes não é um sapo, mas os erros que foram cometidos nesta temporada fizeram que essa ideia viesse a minha cabeça e fica-se retida nela. A premissa podia ser excelentemente explorada, mas os erros lembram-me um daqueles jogos de peças. Ao empurrar-se a primeira, tudo as outras começam a cair, uma a outra, e o estrago fica cada vez maior. Como recuperá-lo? Começando o jogo de novo, a partir do zero. Só assim é possível corrigir os erros.
E Tim Kring teve essa afirmação, que a série iria partir do zero. Não partiu, não. Continuou a cair nos mesmos erros, já aqui enunciados. Vendo bem, o que o criador de Heroes queria dizer era que falta uma base nova. A primeira temporada teve uma base, e o resto das temporadas foram construídas a partir daí. O pior é que a base que sustentava a primeira temporada era pequena, e a segunda já andou na corda bamba. A partir daí foi o descalabro. O que resta aos argumentistas é dedicarem alguns episódios desta próxima temporada a fecharem histórias, e passarem só parte da narrativa para uma nova base, construindo a partir aí.
Depois de dar a minha opinião do que se deve seguir no futuro, vamos lá dissecar este quarto volume. Fugitives teve uma entrada fantástica, a de colocar todos os heróis a serem perseguidos. A série trazia de novo um tema interessante, que foi de novo muito mal explorado. O tema foi mudado drasticamente, e a meio do volume o tema principal passou a ser encontrar formas de reunir, de novo, Sylar para o grupo, para atormentar estes, de que a sua fuga. Perdeu-se o rumo, o seu tema foi esquecido, e para isso muito contribuíram a saída de Elle Bishop, que era das personagens mais consistentes da série, a sobrevivência de Hiro, que continua a procura do herói dentro de si que lhe permita salvar de novo o mundo, a introdução de novas personagens, que conseguem ocupar um episódio sem nexo para a narrativa, como é o caso de 1961, a procura de Sylar pelo seu pai, que não deu em nada. Para além disso, a figura de Danko teve uma mudança extrema de personalidade. O actor é excelente, mas a personagem não consegui encontrar um rumo fixo.
Assim, a fuga do tema principal deixou a equipa a nora, culminando num final muito controverso. A fuga deu lugar ao encontro de novo de Sylar e companhia, e a série parece cair de novo no erro. Tem de novo a temporada condicionada, e ainda por cima o mais carismático personagem está preso. A vida parece negra, mas também poderá sair daqui uma solução. Heroes, com Sylar desaparecido, poderá fechar as várias histórias que acompanham a série, reduzir o número de pontas soltas, e depois libertar a fera, para, de novo, atormentar o mundo. Assim, e uma história que está automaticamente fechada é de Nathan. Quando Sylar regressar, é hora de Nathan ir embora. Outra que se pode fechar é a de Suresh. O doutor já pouca falta faz a série. De modo científico isto já não vai lá, por isso não se perde nada com a saída do doutor. Claro que outra era da de Hiro e Ando, mas é esquecer. Heroes terá ainda o asiático, pois assim ganha bastante gente nos países asiáticos, e a NBC não dispensa isso. Angela Petrelli é outra personagem que só está a dar perdas a NBC. A mãe de Peter já deu tudo o que tinha a dar, e, como ela não tem o poder de Claire, podia morrer de velhice. O resto era dar umas pinceladas rápidas. Por a irmã de Angela a morrer num tornado por si criado, e o resto das personagens ainda não fechadas também irem por aí. Depois tínhamos o retorno de Sylar, numa nova perspectiva, e poderíamos aproveitar de novo Heroes.
É esperar que as promessas de Tim Kring sejam concretizadas. Do que dá para perceber, já temos algo que poderá ser uma premonição, a saída de Bryan Fuller da série não advêm nada de bom. Esperemos que me engane, e que a série revitalize.